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Paulicéia Desvairada: O Manifesto Modernista de Mário de Andrade

A obra que consolidou o Modernismo no Brasil, explorando a liberdade estética e as influências vanguardistas adaptadas ao contexto nacional.


"Paulicéia Desvairada", obra de Mário de Andrade, é uma das referências centrais do Modernismo brasileiro.

O prefácio do livro, frequentemente visto como um manifesto, define características essenciais da primeira fase desse movimento no Brasil, apesar do autor negar tal rótulo.


Andrade utiliza uma escrita marcada pela experimentação e rejeição do pragmatismo, como evidenciado logo na primeira linha:

"Este prefácio, apesar de interessante, inútil".

A obra dialoga com várias vanguardas, como o futurismo, dadaísmo, expressionismo, cubismo e surrealismo, refletindo influências internacionais adaptadas ao contexto brasileiro.


Mário de Andrade destaca a importância da língua brasileira, ressaltando suas qualidades sonoras e culturais, especialmente com a exaltação do som "ão", valorizando a musicalidade da poesia.

Ele também introduz uma poética fragmentada e não linear, que se aproxima das estéticas cubista e surrealista, enfatizando a liberdade criativa.

Ao mesmo tempo, Andrade critica a ideia de que a liberdade absoluta deve ser sistemática, propondo-a como uma ferramenta poderosa, mas não como um fim em si mesma.

Essa tensão entre a busca por inovação formal e a manutenção de uma ordem na criação literária é central no Modernismo. A obra e seu prefácio representam uma ruptura significativa com o passado, abrindo caminho para novas formas de expressão no Brasil.



Cidade, febril, febril… Paulicéia desvairada, louca de si, centenária no peito e nas ruas de concreto, São Paulo, a ti canta Mário, ainda canta, e nós, nós ouvimos, mesmo que surdos.

/ José Miguel Wisnik, ensaísta que vibra e toca, afina o olhar, a palavra, a alma sobre a Paulicéia que se fez centenária. Fala dessa São Paulo de outrora, quando a Semana irrompeu em cores, em sons, em versos, quebrando o silêncio das formas velhas, e ali, nas veias da cidade, Mário semeou seu canto.

/ Mas o que resta da loucura de então? Ainda pulsa, ainda brada a cidade, os ecos de cem anos ressoam. Wisnik diz, no tempo de agora, que a Paulicéia vive, se agita, pois São Paulo nunca adormece, sempre desvairada, sempre infinita.


Em suma, "Paulicéia Desvairada" se estabelece como uma peça chave na consolidação da literatura modernista brasileira, com seu prefácio consolidando um verdadeiro manifesto do movimento.

FONTES:

https://recortelirico.com.br/2018/cassiodemiranda/pauliceia-desvairada/

https://www.youtube.com/watch?v=WoFl3tuZ_38

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