Uma oficina literária, um poeta premiado, um título em xeque e um mantra obsessivo. Como "Pior do que o Tédio" quase virou outra coisa (e por que não virou).
Marcelino Freire e o peso das palavras: foi assim, olhando para cima e mastigando títulos, que ele quase fez 'Pior do que o Tédio' ter outro nome.
O Dia em que um Título Foi Posto à Prova Imagine que você passou meses, talvez anos, formulando um título. Aquele que, para você, captura a essência de tudo que escreveu. Ele está lá, gravado na cabeça, impresso em rascunhos, ecoando em seus pensamentos.
Até que um dia, você o diz em voz alta para um escritor que admira e ele, com um olhar enigmático, repete o título. Saboreia-o, repassa cada sílaba, como um mantra. E no fim, sentencia:
"Rapaz, melhor pensar melhor."
Marcelino Freire e o peso das palavras
Marcelino Freire reflete, talvez sobre um título, talvez sobre uma história. Foi assim que, num exercício de repetição e introspecção, ele quase fez Pior do que o Tédio se chamar outra coisa.
Marcelino Freire, um dos grandes nomes da literatura brasileira, quase fez Pior do que o Tédio ter outro nome. Mas, no fim, o título resistiu. Saiba como esse embate literário aconteceu e, no final deste texto, ainda tem um bônus especial para você, aspirante a poeta ou escritor, que quer aprender — como eu aprendi — com o próprio Marcelino Freire.
A Frase que Conectou Dois Livros
"O Tietê tá aí, não deixou de morrer. São Paulo, dó de ver."
Esse verso, do livro Balé Ralé de Marcelino Freire, me pegou em cheio. Tanto que foi parar na página 92/93 de Pior do que o Tédio – Volume I.
Se você chegou até aqui pelo QR code impresso no livro, bem-vindo. Agora, descubra como o próprio Marcelino quase fez o Pior ser outro.
"O Tietê tá aí, não deixou de morrer. São Paulo, dó de ver."
Esse verso, do livro Balé Ralé de Marcelino Freire, me pegou em cheio. Tanto que foi parar na página 92/93 de Pior do que o Tédio – Volume I.
Se você chegou até aqui pelo QR code impresso no livro, bem-vindo. Agora, descubra como o próprio Marcelino quase fez o Pior ser outro.
A Oficina Literária que Colocou um Título à Prova
Foi assim: Elidio Santos (vulgo Manay Deô, ortônimo de um heterônimo que inventou o Piorzinho e, no fim das contas, já nem sabe mais quem manda nessa história) participou de uma oficina criativa com Marcelino Freire.
Sim, ele mesmo, Marcelino, o homem que já transformou histórias de gente lascada em pura literatura e que, antes de ser o escritor premiado que é hoje, passou anos revisando textos publicitários em uma agência glamourosa — mas que achava um tédio.
Sim, um poeta corrigindo slogan de iogurte.
Dizem que ele se vingava escrevendo poesia entre um briefing e outro. Igualzinho Manay Deô, que fazia o mesmo, só que numa central de telemarketing — só que se ferrando ainda mais.
Na oficina, Marcelino tinha um exercício:
"Pense bem no título do seu conto, do seu poema, do seu livro. Porque o título já é um convite, já carrega uma promessa."
E foi aí que Elidio apresentou o nome do seu livro: Pior do que o Tédio.
Foi assim: Elidio Santos (vulgo Manay Deô, ortônimo de um heterônimo que inventou o Piorzinho e, no fim das contas, já nem sabe mais quem manda nessa história) participou de uma oficina criativa com Marcelino Freire.
Sim, ele mesmo, Marcelino, o homem que já transformou histórias de gente lascada em pura literatura e que, antes de ser o escritor premiado que é hoje, passou anos revisando textos publicitários em uma agência glamourosa — mas que achava um tédio.
Sim, um poeta corrigindo slogan de iogurte.
Dizem que ele se vingava escrevendo poesia entre um briefing e outro. Igualzinho Manay Deô, que fazia o mesmo, só que numa central de telemarketing — só que se ferrando ainda mais.
Na oficina, Marcelino tinha um exercício:
"Pense bem no título do seu conto, do seu poema, do seu livro. Porque o título já é um convite, já carrega uma promessa."
E foi aí que Elidio apresentou o nome do seu livro: Pior do que o Tédio.
O Mantra de Marcelino Freire
Marcelino parou. Olhou. Repetiu baixinho: "Piordoqueotedio, piordoqueotedio, piordoquetedio…"
Com aquele jeito dele, aquele sotaque arrastado, murmurando como quem estivesse provando as sílabas na boca.
Às vezes soletrava, às vezes silabava, às vezes sussurrava.
Até que devolveu: "Rapaz, melhor pensar melhor."
Marcelino parou. Olhou. Repetiu baixinho: "Piordoqueotedio, piordoqueotedio, piordoquetedio…"
Com aquele jeito dele, aquele sotaque arrastado, murmurando como quem estivesse provando as sílabas na boca.
Às vezes soletrava, às vezes silabava, às vezes sussurrava.
Até que devolveu: "Rapaz, melhor pensar melhor."
O Nome que Quase Mudou Tudo
Pensa num baque.
Manay (ou Elidio, ou Piorzinho, sei lá mais quem) ficou com isso martelando na cabeça.
Tanto que começou a fazer igual Marcelino:
"Piordoqueotedio, piordoqueotedio, piordoquetedio, piordoquetedio…"
A cada repetição, a dúvida crescia. O nome não era bom? Não cumpria a promessa?
E, na fissura, quase trocou.
Quase virou "Cruzadas Poéticas".
Tinha lógica. O livro era um jogo de palavras, sobre labirintos de linguagem, sobre a ausência de escapatória.
"Cruzadas Poéticas" tinha um charme. Editou a capa com esse nome. Mas algo incomodava. Algo não encaixava.
E quando o incômodo vinha, vinha junto o mantra: - "Piordoqueotedio, piordoqueotedio, piordoquetedio…"
Pensa num baque.
Manay (ou Elidio, ou Piorzinho, sei lá mais quem) ficou com isso martelando na cabeça.
Tanto que começou a fazer igual Marcelino:
"Piordoqueotedio, piordoqueotedio, piordoquetedio, piordoquetedio…"
A cada repetição, a dúvida crescia. O nome não era bom? Não cumpria a promessa?
E, na fissura, quase trocou.
Quase virou "Cruzadas Poéticas".
Tinha lógica. O livro era um jogo de palavras, sobre labirintos de linguagem, sobre a ausência de escapatória.
"Cruzadas Poéticas" tinha um charme. Editou a capa com esse nome. Mas algo incomodava. Algo não encaixava.
E quando o incômodo vinha, vinha junto o mantra: - "Piordoqueotedio, piordoqueotedio, piordoquetedio…"
A Última Peça do Quebra-Cabeça
Até que um dia, um amigo de trabalho, que nem era lá muito chegado em poesia, ouviu a história e soltou:
"Pô, Pior do que o Tédio me atrairia mais do que Cruzadas Poéticas pra ler um livro de poesia."
Pronto.
A gota d’água do acúmulo crítico repetitivo que já lotava a cabeça de Manay dentro da cabeça de Elidio.
Chega.
Todo respeito ao Marcelino, mas o título ia continuar sendo Pior do que o Tédio.
E, no fim, o próprio nome provou que resistia ao tédio da dúvida.
Porque ele já era um loop, uma obsessão, uma repetição.
"O Tietê tá aí, não deixou de morrer. São Paulo, dó de ver."
Até que um dia, um amigo de trabalho, que nem era lá muito chegado em poesia, ouviu a história e soltou:
"Pô, Pior do que o Tédio me atrairia mais do que Cruzadas Poéticas pra ler um livro de poesia."
Pronto.
A gota d’água do acúmulo crítico repetitivo que já lotava a cabeça de Manay dentro da cabeça de Elidio.
Chega.
Todo respeito ao Marcelino, mas o título ia continuar sendo Pior do que o Tédio.
E, no fim, o próprio nome provou que resistia ao tédio da dúvida.
Porque ele já era um loop, uma obsessão, uma repetição.
"O Tietê tá aí, não deixou de morrer. São Paulo, dó de ver."
E o título também não. Ficou.
Agradecimento ao Radio Poeta
Agradecimentos ao site Radio Poeta que fez um episódio de seu podcast narrando o texto na íntegra:
Escute aqui: Radio Poeta - Amor de Poeta
Amor de Poeta – Marcelino Freire
"O Tietê tá aí, não deixou de morrer. São Paulo, dó de ver."
Texto extraído do livro Balé Ralé, de Marcelino Freire.
Agradecimentos ao site Radio Poeta que fez um episódio de seu podcast narrando o texto na íntegra:
Escute aqui: Radio Poeta - Amor de Poeta
Amor de Poeta – Marcelino Freire
"O Tietê tá aí, não deixou de morrer. São Paulo, dó de ver."
Texto extraído do livro Balé Ralé, de Marcelino Freire.
Bônus: Uma Aula com Marcelino Freire
Quer saber como é participar de uma oficina literária-criativa com Marcelino Freire?
Para Elidio/Manay Deô, que passaram por essa experiência, foi algo marcante até hoje.
Para você, que quer ter uma pequena ideia, segue aqui uma live de duas horas onde Marcelino compartilha suas dicas, provocações e pitacos para futuros e presentes escritores:
Assista agora: https://www.youtube.com/live/-RnqHPVn_aY?si=ScymvZ70CctQmeVe
Quer saber como é participar de uma oficina literária-criativa com Marcelino Freire?
Para Elidio/Manay Deô, que passaram por essa experiência, foi algo marcante até hoje.
Para você, que quer ter uma pequena ideia, segue aqui uma live de duas horas onde Marcelino compartilha suas dicas, provocações e pitacos para futuros e presentes escritores:
Assista agora: https://www.youtube.com/live/-RnqHPVn_aY?si=ScymvZ70CctQmeVe
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