A Força da Poesia Independente que Desafiou a Identidade e Moldou a Cultura de Brasília
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O que importa é que agora você está aqui, pronto para mergulhar comigo nessa narrativa urbana, onde realidade e ficção se misturam como as tintas na parede de um viaduto.
Este conteúdo é um dos tantos conteúdos secretos presentes no Volume I do Pior do que o Tédio, onde o leitor, a partir do livro, cai neste artigo para expandir a experiência.
Este vídeo-documentário, criado por Cecilia Sóter e Nathállia Gameiro como Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo, mergulha no universo da Geração Mimeográfica e dos Poetas Marginais em Brasília durante o Regime Militar.
A poesia marginal, surgida na década de 1970, foi um movimento de jovens poetas que, à margem do sistema editorial oficial, desafiavam a censura com versos impressos em mimeógrafos.
A Poesia Marginal e a Resistência Cultural
A poesia marginal, também conhecida como "geração mimeógrafo", foi um movimento literário que surgiu no Brasil durante a década de 1970, em pleno Regime Militar.
Em Brasília, esse movimento ganhou força com poetas como Nicolas Behr, Sóter, Luis Turiba, Vicente Sá e Luiz Martins, que desafiaram a censura e a repressão do período com versos ácidos e cheios de ironia.
Esses poetas, à margem do sistema editorial oficial, produziram de forma independente uma poesia que se tornou símbolo de resistência e peça chave na formação da identidade cultural de Brasília.
Utilizando mimeógrafos, eles criavam pequenos livretos e zines que circulavam de mão em mão, disseminando ideias e questionamentos que não encontravam espaço na mídia tradicional.
O Documentário e Seus Protagonistas
O documentário apresenta depoimentos de figuras essenciais do movimento na cidade, como Nicolas Behr, Sóter, Luis Turiba, Vicente Sá e Luiz Martins, além do relato de Noélia Ribeiro, companheira de Behr na época.
Esses depoimentos revelam não apenas a história do movimento, mas também as dificuldades enfrentadas pelos poetas para manter viva a chama da liberdade de expressão.
O historiador Antônio Barbosa e o crítico literário Alexandre Pilati, professores da Universidade de Brasília (UnB), também contribuem com suas visões sobre o impacto desses movimentos na história e na literatura.
Eles destacam como a poesia marginal ajudou a moldar a identidade cultural de Brasília, transformando a cidade em um polo de resistência e criatividade.
A Importância do Mimeógrafo
O mimeógrafo foi a ferramenta essencial para a disseminação da poesia marginal. Com ele, os poetas podiam produzir suas obras de forma rápida e barata, garantindo que suas vozes chegassem ao maior número possível de pessoas.
A reprodução de um mimeógrafo fazendo poesia é um símbolo desse período, representando a luta pela liberdade de expressão e a criatividade que floresceu mesmo em tempos de repressão.
O Legado da Poesia Marginal
O legado da poesia marginal e da Geração Mimeográfica em Brasília é imenso. Esses movimentos não apenas desafiaram a censura do Regime Militar, mas também ajudaram a moldar a identidade cultural da cidade.
Através de seus versos, os poetas marginais questionaram as estruturas de poder e abriram caminho para novas formas de expressão artística.
Hoje, a poesia marginal é reconhecida como uma das mais importantes manifestações culturais do Brasil no século XX. Sua influência pode ser vista não apenas na literatura, mas também na música, no teatro e nas artes visuais.
O documentário de Cecilia Sóter e Nathállia Gameiro é uma homenagem a esses poetas e uma celebração de sua luta pela liberdade e pela criatividade.
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Reprodução de um mimeógrafo fazendo poesia FONTE: traplev - kapital mimeografo |
Biografia Histórica
A poesia marginal e a Geração Mimeográfica foram movimentos literários que surgiram no Brasil durante a década de 1970, em pleno Regime Militar.
Em Brasília, esses movimentos ganharam força com poetas como Nicolas Behr, Sóter, Luis Turiba, Vicente Sá e Luiz Martins, que desafiaram a censura e a repressão do período com versos ácidos e cheios de ironia.
Utilizando mimeógrafos, esses poetas produziram de forma independente uma poesia que se tornou símbolo de resistência e peça chave na formação da identidade cultural de Brasília.
O documentário de Cecilia Sóter e Nathállia Gameiro é uma homenagem a esses poetas e uma celebração de sua luta pela liberdade e pela criatividade.
Para mais detalhes sobre o caso, confira as reportagens do Clube do Português e do Zenda Libros.
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