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Muito mais Criolo & E.M.I.C.I.D.A.: RAP, Convidados e Crianças no palco




A última sessão de RAP do Bom da dupla Criolo e E.M.I.C.I.D.A. no SESC Pompéia, foi no domingo (ontem 08/01 ás 18h30), e fechou com chave de ouro as comemorações de seus 30 anos de cultura, arte e diversidade. Com cara, jeito e horário de matinê, o lugar reuniu, além de um público tradicional de manos e minas de calças largas e bonés mal colocados e tortos, famílias. Sim. Pai que levou filho, filha que levou mãe com criança de colo e tudo. Pois é, senti mesmo que o RAP está mais que evoluído, tá formando cidadão multicultural; quem diria que "Negro Drama" dos Racionais MC's estaria tão certo-... entrei pelo seu rádio, tomei que cê nem viu.
As 18h37 (imperceptíveis 7 minutos de atraso) E.M.I.C.I.D.A.chamava a galera. Anunciava e prenunciava o "espetáculo" que seria aquela tarde. A banda, e os manos que fariam o show, foram se posicionando: Trompete, bateria, guitarra, baixo, percussão e PickUps. Prá fazer RAP? A voz da razão dizia-me: O RAP tá evoluindo, sangue bom.


Nos Banquinhos do lado esquerdo, tinha os convidados, que enquanto aguardavam sua vez para performar no palco, faziam a vez de Banking Vocals auxiliando E.M.I.C.I.D.A., que a essa hora, já arrebentava, junto com DJ Dan Dan. E lá estava ele, ao lado de Juçara Marçal e Rael da Rima, meio tímido (é o que parecia), balançando a cabeça, fazendo gestos, entoava algum versos da música que E.M.I.C.I.D.A. versava no palco; Criolo. Após três porradas sonóricas, E.M.I.C.I.D.A., fez uma ar de mistério. Disse que chamaria alguém no palco, que faria desde lá de onde servia batatas fritas, até no outro extremo, onde tinha uma banquinha do Laboratório Fantasmas, todos iriam se agitar- pois é, o lugar tava lotado. Claro que ele falava do Criolo. Lembra, o que tava na dele, segundo o post do Show de Sábado do EVandro Oliveira? Quando ele assumiu o microfone, toda sua suposta condição retraída se desfez; dançava e pulava frenético, com passos de elefante, como que possuído por alguma entidade tribal africana - a guia em seu pescoço, sob a camisa branca não deixava dúvidas, o moreno claro com rosto de árabe, que se passava por branco e que cantava RAP/MPB, era Criolo de alma e sangue. Ao som Lion Man e outros verbos que diziam que "Não existe amor em SP", o cara levantou mais ainda a galera que já estava muito bem aquecida por E.M.I.C.I.D.A.. E seguiu assim, num belo equilíbrio musical, os dois (E.M.I.C.I.D.A. e Criolo, que prá contextualizar suas canções, trocou 2 vezes de camisa; uma branca, uma brega e uma do Corinthians) se revezavam nos microfones, tocando juntos ou sozinhos, mas sempre acompanhados pelo restante do elenco de peso - de até DJ Dan Dan , que de tão entrosado e a vontade, cantou até um "oi tra lá lá lá lá ô" em homenagem as crianças, até Rael da Rima & Cia.
Aos poucos, a fámilia do palco, que havia se encontrado nos 3 shows anteriores (Quinta, Sexta e Sábado), foi sendo apresentada, tanto nominalmente quanto musicalmente.Momento para a Juçara Marçal (professora de canto do E.M.I.C.I.D.A.) mostrar toda sua voz no Banking Vocal que fez para seu pupilo e também de Daniel Ganjaman, que se seu teclado, elogiou a outra familia que lá se reunia: o público. Crianças trepadas nas costas de seus pais e outras que ali em baixo no gargarejo, curtiam o RAP do Bom. "Obrigado pela coragem dos pais em trazer seus filhos pequenos a um show de RAP", disse Daniel que completou, "isso é formação de cidadão". Isso tudo foi possível graças ao SESC, que realizou esse último dia de show com entrada livre para todas as idades.
Preocupado, Criolo recomendou tomar cuidado para não acotovelarmos os pequenos. Mais tarde, no velho e conhecido Biz (quando a banda se retira, fingindo que o show acabou e depois retorna a pedido da galera), integraram a banca o Kamau, que como no show de sábado, mandou bem suas rimas inteligentes, e até um mano desconhecido de Mauá, vindo do meio do público, que puxado pelas mãos de Criolo, mandou um improviso.
Já com todos estes no palco, a quadrilha do som tava completa. "Mano, sabe o que é loko?' perguntava E.M.I.C.I.D.A. para Rael da Rima numa retórica ritmada que respondia, "é que o bagulho é Muito Loko"!. E ficou Muito Loko mesmo. Lá pelas tantas, motivado talvez pelos dizeres do maestro Ganjaman, Kamau foi puxando, uma a uma, todas as criaças para completar a festa. Pronto a família estava realmente completa. O RAP, dizia-me a razão, já tá evoluído parceiro. De tão bom que tava, até o DJ abandonou suas PickUps e mandou seu recado improvisado. Sobrou até tempo para um pupurri de clásicos, de Capitulo 4 versiculo 3 dos Racionias MC's a Os Manos e as Minas do X's. E.M.I.C.I.D.A. pontuou sua apresentação mandando um "Viva", que todos acompanhanram. A pedidos, Criolo tirou de seu "Vasilhame" o que faltava prá fechar a festa, que lógico, ninguém queria que terminasse. Mas terminou.



Sobrou a todos os que participaram se abraçarem, e como num final de uma peça de teatro, fizeram reverencia a o público, que segundo a análise de E.M.I.C.I.D.A.: "desconfio que esse foi o melhor dos 4 dias". Quem sou eu prá desacreditar.


Emicida feat. Rael da Rima - Sorrisos e Lagrimas from Gandja Monteiro on Vimeo.

2 comentários:

Evandro Silva disse...

Opá, bem detalhado heim Elidio, até com coisas que esqueci de citar...

O show foi igual em todos dias pelo jeito, o Emicida fez o mesmo suspensezinho para chamar o Criolo no sábado.

Evandro Silva disse...

Ah, e claro, o show foi foda!

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