Entre ligações automáticas e poesia concreta, uma narrativa que brinca com as palavras para questionar a alienação cotidiana.

Palavras-cruzadas, charadas e forcas se tornam peças narrativas, onde a história se completa à medida que o leitor decifra e joga.

Da rotina opressiva do telemarketing à criação de uma obra literária única, Elidio Santos transforma o tédio em arte.

É aqui no site do Pior do que o Tédio que a maior parte da experiência da trilogia presente no Volume I e nos próximos continua. Das Respostas das Forças (e não Força), solução das cruzadinhas, QR Codes secretos até enigmas que desafiam a lógica e surpresas que só o Pior pode oferecer. Prepare-se: a aventura literária e interativa não para nas páginas dos livros – ganha vida aqui. Vem pro PQT!

Das ruas do Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, suas palavras se tornaram um grito literário, escancarando o que muitos queriam manter invisível. Com livros como Capão Pecado e Manual Prático do Ódio, ele não apenas narrou a quebrada – ele deu à periferia um lugar no centro da literatura brasileira.

Imagine passar anos criando um título que captura sua obra. Ele ecoa em sua mente, parece perfeito. Até que você o compartilha com um escritor que admira. Ele repete, saboreia cada sílaba e, com um olhar enigmático, sentencia: "Rapaz, melhor pensar melhor."

Piorzinho é a ironia encarnada. Pequeno no nome, gigante na sagacidade. Ele guia o leitor pelo labirinto da rotina alienante, sempre pronto para desafiar as regras e transformar cada enigma em um ato de resistência lúdica.

São Paulo não é só um cenário. No livro, a cidade respira, observa e se torna personagem viva — sufocando e inspirando em suas contradições urbanas. Entre concreto, muros pichados e buzinas, ela desafia o protagonista a decifrar seus enigmas ocultos.

Forca (e não Força) é um ser sem gênero, ácido e provocativo, que vive no fio da navalha. Mesmo diante de ser "matada" (expressão para quem acerta a charada), ela sempre renasce na próxima página. E mesmo que o leitor mate todas as forcas, a cada novo leitor que começa o Volume I, Forca volta a viver... Ops, Forca.

O Tédio, personificado, se arrasta pelas páginas da obra como uma sombra persistente. Seria o verdadeiro vilão ou apenas reflexo do mundo que construímos? O protagonista precisa encará-lo para não ser engolido pela monotonia e encontrar uma escapatória criativa.

O Senhor da Garoa Fina raramente aparece, e quando surge, traz tempestades e enchentes. Reservado e triste, ele evita o público. Piorzinho teve a sorte – ou o azar – de encontrá-lo, e São Paulo quase se afogou. Quando esses dois se cruzam, o caos climático é garantido.

O Boneco de Gelo Seco é um ser efêmero, nascido de um bloco de gelo esquecido por um ambulante. Ele só dura até o meio-dia no calor esturricante de São Paulo, mas sua função é eterna: acolher as amarguras e lágrimas silenciosas das pessoas. É justamente esse suor e essas lágrimas que o revivem a cada dia. Blegh! Suor? Sim, mas também poesia.

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