Hino a Bravo Cruz
(Em memória de Ronaldo Pereira da Cruz, o bombeiro que salvou 40 vidas no incêndio do Museu da Língua Portuguesa)
Bravo Cruz não fugiu do incêndio,
Não buscou o abrigo ou o fim,
Fez do peito um abrigo em silêncio,
Fez da vida um clarim.
Bravo Cruz não saiu pra morrer,
Mas saiu pra salvar quem ficou.
Entre chamas, fumaça e escombros,
Foi regaço que não recuou.
Quarenta saíram com vida,
Porque um ficou pra lutar.
E o museu — feito de palavras —
Tem no fogo um verbo a guardar.
Não há farda que pese mais forte
Que o chamado de quem diz: “Eu vou!”
E se hoje há leitura e memória,
Foi o Bravo quem as resgatou.
Glória eterna ao nome sem medo,
Ao que foi e jamais se traduz:
Na linguagem da alma e do gesto,
Todo incêndio se curva a Bravo Cruz.
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